Desde 1º de janeiro de 2025, o Brasil conta com uma regulamentação própria para apostas online, e agora o debate avança para a liberação de cassinos físicos. O projeto prevê que essas casas de jogos funcionem exclusivamente dentro de resorts, com um limite de estabelecimentos por estado, definido conforme a população e extensão territorial. Caso a proposta seja aprovada ainda em 2025, a expectativa é que a medida impulsione a arrecadação do turismo e gere empregos em diversas regiões do país.
Crescimento econômico e geração de empregos
A regulamentação dos cassinos físicos no Brasil é vista como uma oportunidade para movimentar a economia nacional. O setor deve demandar um grande número de profissionais, gerando empregos diretos e indiretos.
O Ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou em entrevista ao Valor que a legalização pode ampliar a arrecadação do país por meio do turismo. Atualmente, o setor representa 7% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, mas a previsão é que esse percentual aumente em até 3% até 2027, caso a regulamentação avance.
"Aguardamos que seja votado no Plenário do Senado no primeiro semestre. Estamos conversando fortemente com os senadores, explicando o projeto. O mundo todo explora essa atividade econômica por meio de resorts integrados com cassinos regulamentados. São raras as exceções, um ou dois países de religiosidade muito rigorosa. Mas o resto do mundo democrático inteiro tem. Nossos vizinhos todos aqui têm", afirmou Sabino.
A proposta já foi aprovada na Câmara dos Deputados e aguarda votação no Senado, que vem sendo adiada sucessivas vezes. Outra proposta que também tramita na Câmara dos Deputados é a proibição da divulgação de bets ilegais por meio de influenciadores, projeto proposto pelo Deputado Kim Kataguiri.
Investimentos e distribuição regional
O ministro também enfatizou que a instalação de cassinos em cidades menores pode fomentar o desenvolvimento econômico regional. Ele mencionou que pretende negociar com investidores para direcionar esses empreendimentos a áreas com maior necessidade de crescimento.
"Em São Paulo, por exemplo, o investidor vai querer colocar na capital, e nós vamos querer colocar na cidade mais pobre do estado para levar o desenvolvimento para lá. Então, será uma negociação para tentar chegar ao que seja bom para ele e excelente para o desenvolvimento econômico da região. Todo mundo está vindo procurar aqui: investidores de Macau, dos Estados Unidos, espanhóis, chilenos. Eles querem os maiores mercados. Brasília é um grande mercado. Rio de Janeiro é um grande mercado", concluiu Sabino.
Experiência internacional pode servir de modelo
A regulamentação dos cassinos no Brasil segue a tendência de outros países da América do Sul que já possuem estabelecimentos do tipo. No Uruguai, por exemplo, o Enjoy Punta del Este Resort & Casino é um dos mais luxuosos da região e serve de referência para o modelo que pode ser implementado no Brasil.
Argentina, Chile e Peru também contam com cassinos de alto padrão, equipados com caça-níqueis, jogos de mesa e hospedagens sofisticadas. Esses países demonstram como o setor pode se tornar um impulsionador do turismo e da economia local.
Agora, resta ao Senado definir o futuro dos cassinos no Brasil e o impacto que essa regulação poderá ter no mercado nacional.
