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Entidades do setor de apostas reagem à restrição da publicidade: “Proibição favorece a informalidade”

29 mai., 2025

IBJR e operadores do mercado legal alertam que medidas podem estimular mercado ilegal e prejudicar o jogo responsável

Especialista em apostas

A recente aprovação do Projeto de Lei 2.985/2023 pelo Senado, que impõe restrições severas à publicidade de apostas esportivas e jogos online, provocou forte reação de entidades representativas do setor de iGaming. Em manifesto público, o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) expressou profunda preocupação com os impactos da proposta, alertando que o veto à comunicação das operadoras legalizadas pode abrir espaço para o avanço do mercado informal.

“A publicidade legal orienta, informa e protege. A proibição empurra o apostador para canais ilegais, onde não há regras, transparência ou compromisso com o jogo responsável”, afirma o texto publicado pelo IBJR.

Segundo o instituto, mais de 50% do mercado de apostas no Brasil ainda é informal, e limitar a comunicação das operadoras autorizadas apenas enfraquece o ambiente regulado, que já conta com regras rígidas definidas pela Lei 14.790/23, portarias da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) e diretrizes do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária).

Medidas podem prejudicar o consumidor e dificultar fiscalização

O projeto, que agora segue para a Câmara dos Deputados, proíbe ações promocionais com atletas, artistas, influenciadores e autoridades, restringe os horários e canais de veiculação de anúncios e impede a divulgação de odds ou cotações em tempo real durante transmissões esportivas.

Para os representantes do setor, o risco está em retirar a visibilidade de plataformas licenciadas, dificultando a identificação, fiscalização e o controle de conteúdo nocivo ao público.

“O consumidor ficará sem referências claras sobre o que é uma plataforma segura. Isso dificulta inclusive o trabalho de proteção a menores e vulneráveis”, aponta o manifesto.

Regras já existentes são consideradas suficientes

Tanto o IBJR quanto operadores ouvidos pelo Bônus de Apostas destacam que o setor já adota diversas restrições publicitárias voluntárias, como:

  • Limite de idade para anúncios (proibição de alvos com menos de 21 anos)

  • Ausência de apelos a ganhos fáceis ou promessas financeiras

  • Classificação indicativa nos anúncios televisivos

  • Sistema de opt-out nas plataformas digitais

Essas medidas, afirmam os representantes do setor, demonstram que o mercado legal está comprometido com a responsabilidade social e o combate à ludopatia. “Tratar a publicidade como o problema central é ignorar que é justamente ela que permite o controle e o acesso à informação segura”, argumentam.

O IBJR finaliza o manifesto reiterando o compromisso com o diálogo e o desenvolvimento sustentável do setor. Para a entidade, a construção de um ecossistema legal e ético só é possível com a preservação do direito à informação, da transparência e da regulação publicitária responsável.

Confira o pronunciamento na íntegra

"O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) manifesta profunda preocupação com a aprovação do PL nº 2.985 pelo Senado, que impõe severas restrições à publicidade de casas de apostas legalizadas, deixando um campo ainda mais aberto para o mercado informal. A proposta enfraquece a comunicação entre as empresas de apostas legalizadas e os apostadores, comprometendo a sustentabilidade de um setor regulado e comprometido com o jogo responsável. Essas restrições expõe o apostador ainda mais ao mercado ilegal, que já representa cerca de metade do mercado, não oferecendo garantias, sem controle e sem qualquer retorno para a sociedade.

A publicidade legal orienta, informa e protege. Com ela, o cidadão identifica plataformas regulamentadas, que seguem normas rígidas e assumem compromissos com o jogo responsável.

O Brasil já possui um marco regulatório robusto e em constante aprimoramento. A Lei 14.790/23, a Portaria nº 1.231/24 da SPA e o Anexo X do Código CONAR, elaborado com a contribuição ativa do IBJR, estabelecem critérios claros para a comunicação do setor, com foco na ética e na proteção de públicos vulneráveis.

O IBJR segue comprometido com o diálogo, com o jogo responsável e com o desenvolvimento de um mercado ético e responsável para todos os brasileiros."